A realização de mamografias regulares evita mortes por câncer de mama, mostra estudo.
CHICAGO, EUA – O estudo mais longo já realizado sobre exames de câncer de mama mostrou que a realização de mamografias regulares previne mortes pela doença, e o número de vidas salvas aumenta com o tempo, um grupo de estudo internacional afirmou nesta terça-feira.
O estudo, com 130 mil pacientes de duas comunidades na Suécia, mostrou que 30% menos mulheres do grupo que realizou o exame morreram de câncer de mama e que esse efeito se seguiu ano após ano.
Agora, 29 anos depois que o estudo começou, os pesquisadores descobriram que o número de mulheres salvas de câncer de mama aumenta a cada ano de realização de exames.
“Descobrimos que, quanto mais a gente examina, mais vidas salvamos”, afirma o texto do Professor Stephen Duffy, da Universidade de Londres, cujo estudo foi publicado no Journal Radiology.
Stamatia Destounis, uma radiologista de Nova York que trabalha com mamografias e que não participou do estudo, disse que os profissionais do ramo falam desses resultados há anos e que o novo estudo mostra que os exames para detectar câncer de mama são “ainda mais benéficos do que acreditávamos”.
Para o estudo, mulheres foram divididas em dois grupos, um que recebeu convites para realizar mamografias e outro que recebeu o tratamento convencional. A fase de realização da mamografia durou cerca de sete anos. Mulheres entre 40 e 49 anos foram examinadas a cada dois anos, e mulheres de 50 a 74 foram selecionadas aproximadamente a cada três anos.
“Nossos resultados indicam que, entre mil mulheres acompanhadas por 10 anos, três mortes por câncer de mama foram evitadas”, disse Duffy, acrescentando que a maioria das mortes evitadas teria ocorrido mais de uma década depois que os exames tinham começado. Os novos dados acrescentam evidências dos benefícios a longo prazo de se realizar mamografias regularmente.
No Brasil, o câncer de mama causa cerca de 11 mil óbitos por ano. Segundo documento publicado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) no último ano sobre a incidência da doença para 2010 e 2011, o país terá 500 mil novos casos de câncer por ano. Desses, 49.240 mil são relativos aos tumores de mama. A doença fará mais vítimas nos estados de Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná.
Recomendações sobre a realização de mamografias publicadas em 2009 nos Estados Unidos alertavam contra a rotina dos exames em mulheres com 40 anos e indicavam que as pacientes acima de 50 realizassem as mamografias a cada dois anos em vez de todos os anos.
Essas informações contradisseram mensagens sobre a necessidade de se fazer mamografias rotineiras começando aos 40 anos, provocando protestos de especialistas que argumentaram que a recomendação confundiria as mulheres e resultaria em mais mortes.